A sustentabilidade presente em cursos da modalidade Proeja de um Instituto Federal

La sostenibilidad presente en cursos modalidad Proeja de un Instituto Federal

The sustainability present in Proeja modality courses of a Federal Institute

1Kátia Regina de Carvalho-Lino da Silva*

2Airton José Vinholi-Júnior

*Instituto Federal de Mato Grosso do Sul. Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6391-0541

**Instituto Federal de Mato Grosso do Sul. Brasil. Graduado em Ciências Biológicas. Mestre em Ensino de Ciências. Doutor em Educação. Professor EBTT/Brasil. vinholi22@yahoo.com.br. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0024-0528

*Autor para la correspondencia: katiaeng2020@gmail.com

 

Resumo

O objetivo deste artigo é demonstrar como a Educação Ambiental inserida no Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, o Proeja, oferecido pelo Instituto Federal do Mato Grosso do Sul – IFMS, se correlaciona com os pilares da sustentabilidade (social, econômico e ambiental), integrando formação geral e educação profissional. Metodologicamente, foi realizada uma abordagem exploratória e descritiva com os levantamentos das matrizes curriculares e seus respectivos planos educacionais, sendo estes de fonte secundária, puramente qualitativa. Concluiu-se que o Proeja do IFMS se direciona para uma modalidade que auxilia de forma efetiva na busca pela sustentabilidade, com vistas à inclusão social, profissional e econômica. Dentro deste contexto, a Educação Ambiental analisada neste artigo encontra-se definida pela perspectiva voltada, de fato, à composição e a laboração da cidadania.

Palabras clave: sustentabilidade; educação; proeja

Resumen

El objetivo de este artículo es demostrar cómo la Educación Ambiental inserta en el Programa Nacional de Integración de la Educación Profesional con la Educación Básica en la modalidad de Educación de Jóvenes y Adultos, Proeja, ofrecido por el Instituto Federal de Mato Grosso do Sul - IFMS, se correlaciona con los pilares de la sustentabilidad (social, económica y ambiental), integrando la formación general y la formación profesional. Metodológicamente se realizó un abordaje exploratorio y descriptivo con las encuestas de las matrices curriculares y sus respectivos planes educativos, siendo estas de fuente secundaria, puramente cualitativas. Se concluyó que el IFMS Proeja se encamina hacia una modalidad que coadyuve efectivamente en la búsqueda de la sustentabilidad, con miras a la inclusión social, profesional y económica. En ese contexto, la Educación Ambiental analizada en este artículo se define por la perspectiva centrada, de hecho, en la composición y el trabajo de la ciudadanía.

Palabras clave: sustentabilidad; educación; proeja

Abstract

The objective of this article is to demonstrate how the Environmental Education inserted in the National Program for the Integration of Professional Education with Basic Education in the Youth and Adult Education modality, Proeja, offered by the Federal Institute of Mato Grosso do Sul - IFMS, correlates with the pillars of sustainability (social, economic and environmental), integrating general training and professional education. Methodologically, an exploratory and descriptive approach was carried out with the surveys of the curricular matrices and their respective educational plans, being these of secondary source, purely qualitative. It was concluded that the IFMS Proeja is directed towards a modality that effectively helps in the search for sustainability, with a view to social, professional and economic inclusion. Within this context, Environmental Education analyzed in this article is defined by the perspective focused, in fact, on the composition and work of citizenship.

Key words: sustainability; education; proeja.

 

 

 

Introdução

A implementação do Proeja (Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica, na modalidade de Jovens e Adultos), Ministério da Educação, 2007, se configura em uma medida educacional governamental brasileira com vistas à minimização do distanciamento social entre as classes, por meio do oferecimento de cursos de profissionalização junto à educação básica.

Inicialmente, é necessário reconhecer que a Educação de Jovens e Adultos (EJA) não assumiu, até então, um lugar privilegiado nas políticas educacionais do país. No entanto, é possível observar que diversas ações foram realizadas na tentativa de inserir a EJA no contexto educacional brasileiro, porém, a princípio, observou-se que essas ações foram direcionadas para combater o analfabetismo ou a inserção precária e inicial no ensino fundamental, e mais recente, no ensino médio.

O Proeja foi criado, inicialmente, pelo Decreto nº. 5.478, de 24/06/2005 e denominado como Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade Educação de Jovens e Adultos (Poubel, 2015). A autora ainda afirma que a criação deste Programa foi uma decisão governamental para atender à demanda de jovens e adultos pela oferta de educação profissional técnica de nível médio, da qual em geral são excluídos, bem como, em muitas situações, do próprio ensino médio. O Programa teve como base de ação, a priori, a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, composta predominantemente pelos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Por meio do Decreto nº. 5.840/2006, foi maximizada sua abrangência e seus componentes pedagógicos, de forma que o mesmo passou a ser denominado Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica, na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos.

As modalidades contemplam alguns cursos na Educação de Jovens e Adultos, sendo:

    -Educação profissional técnica integrada ao ensino médio;

    -Educação profissional técnica concomitante ao ensino médio;

   -Qualificação profissional, incluindo a formação inicial e continuada integrada ao ensino fundamental;

   -Qualificação profissional, incluindo a formação inicial e continuada concomitante ao ensino fundamental;

   -Qualificação profissional, incluindo a formação inicial e continuada integrada ao ensino médio;

   -Qualificação profissional, incluindo a formação inicial e continuada concomitante ao ensino médio.

No tocante ao desenvolvimento e aperfeiçoamento do Proeja nas instituições ofertadas, muitas são as atividades e ações que carecem de estudos mais complexos. A realização do presente estudo, assim, justifica-se pela necessidade de aprofundar os conhecimentos sobre o Proeja e a Educação aos Jovens e Adultos em relação ao desenvolvimento sustentável e à educação ambiental: tal justificativa abarca a dimensão social ao se debruçar sobre assuntos pertinentes ao avanço da sustentabilidade na dimensão acadêmica, ao realizar uma pesquisa sistematicamente fundamentada sobre a perspectiva do desenvolvimento social, econômico e ambiental acerca das disciplinas constantes nos Projetos Pedagógicos dos cursos da modalidade Proeja do IFMS relacionadas à Educação Ambiental (EA).

Diante disso, conforme preconiza Lima (2018), pensando nas interfaces do desenvolvimento sustentável como contribuição aos pressupostos da Educação Ambiental,

é preciso que os professores busquem alternativas viáveis ao incluírem a Educação Ambiental em suas práticas educativas, buscando propiciar, no contexto da docência, um aprendizado mais contextualizado e significativo, ao primar pela formação integral dos alunos, tão ressaltada no âmbito dos Institutos Federais, por exemplo. Isso possibilita trabalhar a Educação Ambiental no âmbito do Proeja, com vistas a transformar e sensibilizar os educandos a agirem de forma ecologicamente correta (Lima, 2018, s/p).

Ademais, cabe ressaltar, também, que o Proeja é uma modalidade de significativa importância no âmbito dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia brasileiros, sobretudo em consonância aos aspectos concernentes à lei de criação dessas instituições. Assim, entende-se que o conhecimento ambiental mais aprofundado acerca do Proeja pode colaborar com possíveis práticas docentes ao alunado dessa modalidade educativa.

Antes de iniciarmos a discussão acerca do desenvolvimento sustentável, é preciso abordar seu conceito e quais são seus principais objetivos. Para tanto, analisamos sob a ótica de Brundtland (1991), que conceitua desenvolvimento sustentável como a busca da satisfação das necessidades da sociedade e do sistema vigente sem intervir na capacidade das gerações futuras de sanarem suas próprias necessidades.

A definição de desenvolvimento sustentável não possui uma resposta definida. É compreendido que se houvessem mais esforços para definir claramente tal conceito seria possível evitar a má interpretação endêmica deste. Nota-se, assim, que o conceito de desenvolvimento sustentável precisa incluir elementos como auxílio aos necessitados e desenvolvimento autossuficiente, visando preservar os recursos naturais, que são finitos, além do controle de saúde, entre outros.

Hart e Milstein (2003) apresentam o argumento de que a sustentabilidade é fonte de vantagem competitiva, dentro do âmbito das organizações, ao gerar valor sustentável. Segundo Campos (2001), sustentabilidade é um termo de origem proveniente de um longo debate a respeito das questões que englobam o meio ambiente, sobretudo acerca da preocupação com nossos recursos naturais, que são finitos, mas mesmo assim são plenamente explorados, utilizados de forma desenfreada pelo ser humano.

Em sua obra, Sen (2000) explica que existe uma visão demasiadamente deturpada acerca do desenvolvimento, pois este é, em grande parte, atribuído ao crescimento econômico, que por sua vez não deixa de ser uma ferramenta essencial do processo de desenvolvimento, contudo não é o suficiente, pois há um fator predeterminante para se dizer que estamos em um sistema desenvolvido: a qualidade de vida do ser humano.

Sobre a questão do desenvolvimento, Veiga (2006) explora que o desenvolvimento não pode ser confundido com crescimento econômico, mesmo que este assuma o status de condição necessária, ainda assim não é o suficiente. O autor ainda explica que:

Tudo indica que a ideia do desenvolvimento não perderá a sua centralidade nas ciências sociais do século que se inicia. Mais do que nunca precisamos enfrentar as abismais desigualdades sociais entre nações e dentro das nações e fazê-lo de maneira a não comprometer o futuro da humanidade por mudanças climáticas irreversíveis e deletérias (p. 214).

Brundtland (1991) versa que a cultura de exploração é um agravante muito sério, pois não apenas as grandes organizações exploram os recursos naturais, mas é possível observar muitos pequenos produtores que causam grande impacto ambiental, por meio da monocultura, por exemplo. Essa questão alude à obra de Hardin (1968), que contextualiza a tragédia dos comuns, exemplificando o cenário na Inglaterra medieval, onde haviam diversos criadores de gado que possuíam o direito de utilizar um pasto em comum (recurso comum). Se esperava que todos se policiassem para manter o pasto em pleno funcionamento, mantendo o limite de gado para que o pasto continuasse a existir e prover alimento o suficiente para o gado de todos os produtores. Mas estes, acreditando que os demais iriam seguir as regras, se aproveitaram da situação e aumentavam significativamente a população no pasto, na perspectiva que tal superpopulação seria balanceada pela ética dos demais; resultado?  - o pasto não suportou.

Esse caso exemplifica como funciona a tragédia dos comuns: buscando o benefício próprio em detrimento do ambiente, as organizações criam uma cultura exploratória, embasada nos pressupostos maléficos do capitalismo.

Milanez (2003) traz uma reflexão a respeito do desenvolvimento sustentável, que se apoia em quatro facetas, que são a ambiental, a social, econômica e a cultural. Versaremos aqui, para o endossamento de nosso objeto de estudo, as três primeiras. O autor discorre que o termo sustentável correlaciona-se apenas com a dimensão ambiental, uma vez que o consumismo proveniente do modo de produção vigente leva o planeta à beira de um colapso ambiental, e que devido às suas consequências, demandou, por assim dizer, a busca pelo conceito de desenvolvimento sustentável.

A questão social, tida como a segunda faceta, é plenamente agravada pelo consumismo, já que aqueles que não possuem recursos financeiros são os mais atingidos pelas mazelas provocadas pelo impacto ambiental, além do sofrimento com a miséria, proveniente da má distribuição de renda do sistema econômico vigente.

A terceira é a econômica, que versa a respeito justamente da viabilidade econômica dos esforços sustentáveis nos meios de produção, que é reforçada por Brundtland (1991), que explica, nesse sentido, que os esforços devem ser voltados para a criação de tecnologias e processos em interface com o meio ambiente, de forma a diminuir o impacto ambiental de suas ações. Essas facetas são vistas por Elkington (1997) como o tripé da tripplebottomline[1].

A sustentabilidade se torna, então, um processo dinâmico de evolução, mudança de cultura e adaptação e adequação do indivíduo com o meio ambiente, de forma geral (Capra, 2003). A partir daí, a literatura vai se afunilando para a questão do cerne das operações dos empreendimentos solidários. Milanez (2003) versa que:

Não há como se construir uma economia estável que não seja através de um processo de sustentabilidade, mudando radicalmente a distribuição de riquezas para gerar mercado e a forma de produzir os produtos para poder atender os diferentes mercados com seus diferentes valores. É necessário incentivar cada vez mais a produção local, que, coerente com a cultura, gera empregos locais, economiza transportes, usa materiais locais e desconcentra riquezas e oportunidades (Milanez, 2003, p. 82).

Já é interessante observar a questão da valorização do mercado local em detrimento do grande comércio de importação e exportação. Além disso, quando se pensa em mercado local, engloba-se também a questão dos vínculos empregatícios, a valorização e a centralização da economia local, que muitas vezes é explorada de acordo com suas capacidades, ou seja, atua-se no mercado onde há maior facilidade na obtenção de insumos e matéria-prima.

Deste modo, esta pesquisa teve por objetivo identificar como a EA encontra-se inserida nos cursos da modalidade Proeja do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul. Para tal cumprimento, considera-se um levantamento dessa possível identificação nos projetos pedagógicos de curso disponibilizados no site da instituição.

Materiais e métodos

O método científico é permeado pela intervenção do pesquisador sobre um determinado fenômeno que se pretende conhecer, de forma que este processo seja capaz de elaborar novos conhecimentos ou teorias (Vergara, 2006). Assim, o método científico pode ser compreendido como “um processo dinâmico de avaliação e revisão” (Richardson, 1999).

Nesse sentido, o caminho metodológico compreendido neste trabalho é relativo a aplicar a racionalidade dos pesquisadores ao problema averiguado, buscando a partir de um processo sistematizado e coerente de investigação, compreender elementos da realidade ainda não desvelados, ou aprofundar a discussão sobre o assunto, de forma a aprimorar os conhecimentos já estabelecidos pelo assunto.

Para a realização do presente estudo, escolheu-se uma abordagem exploratória e descritiva de fonte secundária, puramente qualitativa, uma vez que buscou-se referências documentais referentes aos temas explorados. A abordagem exploratória é relativa a uma abordagem inicial com a temática, objeto de pesquisa escolhido ou problema identificado pelo pesquisador, no intuito de estabelecer os primeiros contatos com o fenômeno de interesse (Filho, M. y Filho, E, 2015.). Sobre a pesquisa exploratória: 

Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato em questão estudado (Gil, 2002, p.41).

Ademais, este trabalho tem caráter descritivo, uma vez que exige do pesquisador um conjunto de informações sobre o que almeja investigar (Silveira e Córdova, 2009).

A pesquisa foi desenvolvida por meio da abordagem qualitativa, que segundo Gerhardt e Silveira (2009, p. 32), “preocupa-se com aspectos da realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais”.

Buscou-se, sob o ponto de vista teórico, informações a partir de pesquisas publicadas em periódicos e também em achados de trabalhos de pós-graduação Stricto sensu acerca da temática estudada, com vistas a acrescentar informações significativas ao contexto do objeto desta pesquisa. Ainda, foi realizada análise documental nos Projetos Pedagógicos de Cursos da modalidade Proeja do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, com vistas ao atendimento do objetivo geral proposto para este trabalho.

As discussões originadas a partir da pesquisa e as conclusões que foram possíveis de serem postuladas estão descritas nos tópicos subsequentes, que abordam, principalmente, elementos relativos ao conhecimento e inclusão social, fomento à geração de emprego e renda, em relação aos três pilares da sustentabilidade; o ambiental, o econômico e o social (Cavalcanti, 2001), que voltados para o Proeja visam agregar desenvolvimento.

Resultados y discusión

Segundo o site da instituição em questão (IFMS, 2019), a oferta de cursos para a Educação de Jovens e Adultos compreende:

Ø  Técnico de nível médio integrado, no qual o estudante cursa o ensino médio e a habilitação profissional;

Ø  Ensino médio articulado com a educação profissional (Proeja FIC[2]);

Ø  Ensino fundamental (etapa II) articulado com a educação profissional (Proeja FIC).

Foram encontrados oito projetos pedagógicos de cursos que ofertam a modalidade Proeja no IFMS. Nos quadros abaixo, devidamente enumerados em ordem crescente, encontram-se informações extraídas dos projetos pedagógicos para cada curso. Compõem-se nos quadros as seguintes informações: unidade curricular, curso oferecido, campus que oferece o curso, carga horária total do curso, carga horária semanal da disciplina, carga horária total da disciplina, conteúdo programático e informações sobre o projeto integrador que aborda a temática desta pesquisa.

Quadro 1

Dados sobre a disciplina Responsabilidade social e ambiental, modalidade Proeja, campus Aquidauana.

Unidade Curricular: Responsabilidade Social e Ambiental

Curso: ADMINISTRAÇÃO

Campus

Carga Horária Total do Curso (h)

Carga Horária Semanal Total (h)

Carga horária total (h/a)

Conteúdo Programático

Projeto Integrador com total de 60h

Aquidauana

2400

2

40

Desenvolvimento sustentável e crescimento econômico. Tripé da sustentabilidade. Etapas da inserção da Responsabilidade Social Corporativa na estratégia empresarial. Análise do ciclo de vida de produtos. Logística reversa. ISO 14000 e ISO 26000

Estratégias organizacionais de conciliação de objetivos econômicos com os socioambientais; inserção da inovação no contexto empreendedor

Fonte: IFMS, 2019.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quadro 2

Dados sobre a disciplina Responsabilidade social e ambiental, modalidade proeja, campus Dourados.

Unidade Curricular: Responsabilidade Social e Ambiental

Curso: ADMINISTRAÇÃO

Campus

Carga Horária Total do Curso (h)

Carga Horária Semanal Total (h)

Carga horária total (h)

Conteúdo Programático

Projeto Integrador com total de 60h

Dourados

2400

2

40

Desenvolvimento sustentável e crescimento econômico. Tripé da sustentabilidade. Etapas da inserção da Responsabilidade Social Corporativa na estratégia empresarial. Análise do ciclo de vida de produtos. Logística reversa. ISO 14000 e ISO 26000

Estratégias organizacionais de conciliação de objetivos econômicos com os socioambientais; inserção da inovação no contexto emreendedor

Fonte: IFMS, 2019.

 

Quadro 3

Dados sobre a disciplina Responsabilidade social e ambiental, modalidade proeja, campus Três Lagoas.

Unidade Curricular: Responsabilidade Social e Ambiental

Curso: ADMINISTRAÇÃO

Campus

Carga Horária Total do Curso (h)

Carga Horária Semanal Total (h)

Carga horária total (h)

Conteúdo Programático

Projeto Integrador com total de 60hs

Três Lagoas

2400

2

40

Desenvolvimento sustentável e crescimento econômico. Tripé da sustentabilidade. Etapas da inserção da Responsabilidade Social Corporativa na estratégia empresarial. Análise do ciclo de vida de produtos. Logística reversa. ISO 14000 e ISO 26000

Estratégias organizacionais de conciliação de objetivos econômicos com os socioambientais; inserção da inovação no contexto empreendedor

Fonte: IFMS, 2019.

 

Quadro 4

Dados sobre a disciplina Responsabilidade social e ambiental, modalidade proeja, campus Aquidauana.

Unidade Curricular: Gestão Ambiental

Curso: EDIFICAÇÕES

Campus

Carga Horária Total do Curso (h)

Carga Horária Semanal Total (h)

Carga horária total (h)

Conteúdo Programático

Projeto Integrador

Aquidauana

2640

1

20

Conceituação e importância da preservação do meio ambiente. Programa de preservação ao meio ambiente. Desenvolvimento sustentável. Tecnologia, meio ambiente e as relações internacionais.

X

Fonte: IFMS, 2019.

 

Quadro 5

Dados sobre a disciplina Responsabilidade social e ambiental, modalidade proeja, campus Jardim.

Unidade Curricular: Gestão Ambiental

Curso: EDIFICAÇÕES

Campus

Carga Horária Total do Curso (h)

Carga Horária Semanal Total (h)

Carga horária total (h)

Conteúdo Programático

Projeto Integrador

Jardim

2640

1

20

Conceituação e importância da preservação do meio ambiente. Programa de preservação ao meio ambiente. Desenvolvimento sustentável. Tecnologia, meio ambiente e as relações internacionais.

X

Fonte: IFMS, 2019.

 

 

 

 

 

Quadro 6

Dados sobre a disciplina Responsabilidade social e ambiental, modalidade proeja, campus Corumbá.

Unidade Curricular: Empreendedorismo, Inovação e Sustentabilidade

Curso: MANUTENÇÃO E SUPORTE EM INFORMÁTICA

Campus

Carga Horária Total do Curso (h)

Carga Horária Semanal Total (h)

Carga horária total (h)

Conteúdo Programático

Projeto Integrador

Corumbá

2400

2

40

Empreendedorismo social e negócios socioambientais

X

Fonte: IFMS, 2019.

 

Quadro 7

Dados sobre a disciplina Responsabilidade social e ambiental, modalidade proeja, campus Coxim.

Unidade Curricular: Empreendedorismo, Inovação e Sustentabilidade

Curso: MANUTENÇÃO E SUPORTE EM INFORMÁTICA

Campus

Carga Horária Total do Curso (h)

C.H.P.

T-E (h/a)

C.H.P.

T-S (h/a)

Conteúdo Programático

Projeto Integrador

Coxim

2400

100

100

O mercado de trabalho atual. As bases da empregabilidade. Empreendedorismo e desenvolvimento sustentável. As características do empreendedor: liderança, atualização, visão de organização, senso de oportunidade, persistência. Inovação como fator diferencial: inovação do produto, inovação de serviço, inovação tecnológica. Modelo de Negócios (Canvas)

X

C.H.P. - Carga Horária Período; h/a - horas aula; T-E - Tempo-Escola; T-S - Tempo-Social.

Fonte: IFMS, 2019.

 

 

 

 

 

Quadro 8

Dados sobre a disciplina Responsabilidade social e ambiental, modalidade proeja, campus Naviraí.

Unidade Curricular: Empreendedorismo, Inovação e Sustentabilidade

Curso: MANUTENÇÃO E SUPORTE EM INFORMÁTICA

Campus

Carga Horária Total do Curso (h)

C.H.P.

T-E (h/a)

C.H.P.

T-S (h/a)

Conteúdo Programático

Projeto Integrador

Naviraí

2400

100

100

O mercado de trabalho atual. As bases da empregabilidade. Empreendedorismo e desenvolvimento sustentável. As características do empreendedor: liderança, atualização, visão de organização, senso de oportunidade, persistência. Inovação como fator diferencial: inovação do produto, inovação de serviço, inovação tecnológica. Modelo de Negócios (Canvas)

X

C.H.P. - Carga Horária Período; h/a - horas aula; T-E - Tempo-Escola; T-S - Tempo-Social.

Fonte: IFMS, 2019.

Os projetos pedagógicos dos cursos de Manutenção e Suporte em Informática e Informática para Internet, ambos do campus Jardim-MS, não apresentam informações de interesse ambiental em consonância com essa pesquisa.

Conclusões

O tema Desenvolvimento Sustentável é difundido e discutido há muitos anos, tanto no Brasil quanto no mundo. O consumo capitalista não é sustentável e, por este motivo, quanto maior for a exploração deste sistema econômico, possivelmente estaremos mais distantes do que preconiza um desenvolvimento sustentável dos bens de consumo. Existe uma vasta literatura que discute a necessidade do desenvolvimento dos países se dar de forma sustentável, e por este tipo de desenvolvimento, presume-se a continuidade de um processo de exploração que se sustente e seja direcionada a perpetuidade.

As análises realizadas nesse estudo possibilitaram o conhecimento das representações sociais do Meio Ambiente e das concepções de EA inseridas nos cursos do Proeja do IFMS, nos campus situados nos municípios de Aquidauana, Dourados, Três Lagoas, Corumbá, Coxim e Naviraí.

Segundo a Lei 9795/99, responsável por dispor sobre a Educação Ambiental, instituir a Política Nacional de Educação Ambiental e dar outras providências, a EA é um componente essencial e permanente da educação nacional, e sendo assim deveria estar presente não apenas de forma isolada ou simplificada, mas sim articulada em todos os níveis e modalidades do processo educativo, de maneira que maioria dos agentes envolvidos no processo voltassem suas concepções para este fim.

Remotamente, os homens acreditavam em uma perspectiva ambiental antropológica, onde o próprio era o centro e o Meio Ambiente mero coadjuvante servidor. Com o avançar temporal e as catástrofes naturais relacionadas ao MA, mudou-se essa visão para outra mais moderna, porém não satisfatória, a humanista, onde a solução seria a mera preservação dos recursos naturais. Atualmente, essas duas visões foram superadas por uma nova perspectiva, denominada globalizante, onde o homem e natureza coexistem em ordem de importância e relevância, caminhando para o equilíbrio sócio-econômico-ambiental.

Dentro deste contexto, a EA da forma como está apresentada nos PPCs dos cursos do Proeja do IFMS, não exprime a relação entre crescimento econômico, conservação ambiental e preocupação social, pois da maneira como estão dispostas, remetem à individualidade do tema, o que não gera entendimento globalizante, em que as ações sustentáveis deveriam ocorrer colaborativamente, devendo haver práticas estruturais nos estabelecimentos de ensino que visem à unificação e que promova, em sua totalidade, a sustentação da sociedade, articulada com as disciplinas obrigatórias do currículo. Nessa perspectiva, o estudante é preparado pra conhecer temas relacionados com a área ambiental, tornando-o assim, um cidadão consciente de suas práticas, objetivando a formação de valores e atitudes voltadas sobre o enfoque da sustentabilidade.

Sendo assim, não se trata unicamente de adicionar uma nova disciplina às matrizes escolares, mas sim de se aprofundar uma visão conjunta e unificadora, partindo do princípio que a EA é, na verdade, um processo social em permanente constituição, que transcende as ciências da natureza, interferindo diretamente no trato social por se tratar de tema multidisciplinar, que influi na comunidade discente e docente como um todo.

O que foi observado nesta pesquisa, com relação aos Projetos Pedagógicos de Cursos, referentes à modalidade Proeja do IFMS, é a existência de uma lacuna a ser preenchida por meio de uma nova concepção da Educação Ambiental, haja visto que, enquanto lei no contexto brasileiro, é orientada para ser trabalhada em todos os níveis educacionais e não apenas de maneira isolada, como proposto nos demonstrativos dos quadros expostos no item 4 deste artigo. Trata-se, conforme a visão globalizante, de uma tomada de atitude que vise transformar o modo de agir e de pensar dos sujeitos, atuando diretamente na sua formação cidadã.

Desta forma, acreditamos ser de fundamental importância reconhecer as percepções sobre o meio ambiente das pessoas envolvidas  no processo educacional como um todo, reanalisando a forma como se propõe a EA, buscando a sua plena interdisciplinaridade, visando socializar o tema neste sentido, ou seja, trabalhar todos os conteúdos, agregando novas relações em torno das temáticas socioambientais, bem como identificar as transformações no ambiente e conduzir os estudantes pelo decorrer de todo o curso a ponderarem essas transformações, tanto socialmente, quanto politicamente e culturalmente.

Tendo como objetivo principal a socialização do desenvolvimento sustentável de forma plena e dinâmica no âmbito escolar por meio de práticas sequenciais, entende-se que o alunado deva desenvolver raciocínio crítico-reflexivo, tornando assim possível aos mesmos identificar e refletir sobre as alterações ambientais e suas consequências, alterando o rumo da sociedade a partir de então aptos à atuações e posicionamentos ecologicamente orientados.

Concluindo, pressupomos que todo complexo escolar, bem como o próprio corpo docente, tem papel fundamental nessa nova tomada de visão em relação ao meio ambiente, que por meio da práxis estabelecida nos contextos formais, não-formais e informais, articula-se e (re)significa seus conhecimentos por meio da reflexão crítica dos estudantes no tocante ao desenvolvimento sustentável, tomando como ponto de partida a educação para o meio ambiente e perpetuidade da vida humana na Terra.

Referencias

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Brundtland, G. H. (1991). Nosso Futuro Comum: Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. FGV.

Campos, M. (2001). Sistema de avaliação de desempenho ambiental: uma proposta de implementação. [Tese de Doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina].

Capra, F. (2003). Virando o jogo. In As conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável. (pp. 204-256). Cultrix.

Cavalcanti, C. (2001).  Meio ambiente, desenvolvimento sustentável e políticas públicas. Cortez.

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Lima, G. G. B. (2018). Educação Ambiental e o Proeja: uma análise da prática docente no curso técnico em enfermagem integrado ao Proeja – Colégio Agrícola de Teresina – CAT. Educação Ambiental em Ação. 12(45), 1-10.

Milanez, F. (2003). Desenvolvimento Sustentável. In: CATTANI, Antonio David (Org.). A outra economía. (pp. 76-84). Veraz.

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Richardson, R. J. (1999). Pesquisa social: métodos e técnicas. Atlas.

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Veiga, J. E. (2006). DesenvolvimentoSustentável: o Desafio do Século XXI. Garamond.

Vergara, S. C. (2006). Projetos e relatórios de pesquisa. Atlas.

Conflicto de intereses

Los autores declaran que no existe conflicto de intereses

Declaración de contribución de autoría:

Kátia Regina de Carvalho-Lino da Silva: Conceptualización, Investigación, Metodología, Administración del proyecto, Adquisición de fondos, Validación, Redacción de original.

Airton José Vinholi-Júnior: Curación de datos, Análisis formal, Supervisión, Recursos, Visualización, Redacción y edición.



[1]Conhecido como o “tripé da sustentabilidade”, que engloba desenvolvimento econômico, social e ambiental.

²Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos (Proeja).